A Caixa Econômica Federal voltou a financiar até 80% do valor de imóveis no Sistema de Amortização Constante (SAC), retomando o limite anterior à restrição imposta em novembro de 2024, quando a cota máxima havia sido reduzida para 70% devido ao esgotamento da capacidade de crédito do banco.
Essa mudança, em vigor desde 13 de outubro de 2025, fazem parte do novo modelo de crédito imobiliário, que visa ampliar o acesso à moradia, especialmente para famílias de classe média. O novo modelo permitirá que os compradores financiem até 80% do valor do imóvel, enquanto o limite anterior de 70% foi reduzido em novembro de 2024 devido a restrições impostas. Além disso, o teto de valor de imóveis que podem ser financiados pelo FGTS foi elevado de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões
As medidas devem injetar R$ 20 bilhões no crédito imobiliário e, segundo o banco, financiar 80 mil novos imóveis até o fim do próximo ano.
As mudanças beneficiam especialmente famílias com renda mensal acima de R$ 12 mil, faixa até então com dificuldade para acessar crédito habitacional fora das taxas de mercado. A Caixa responde por cerca de 70% dos financiamentos habitacionais do país.
O novo modelo de financiamento ficará em fase de teste até o fim de 2026. Se o formato se revelar eficaz para ampliar a oferta de crédito imobiliário e reduzir custos, o funcionamento pleno está previsto para 2027.
O que muda na prática?
Antes das novas regras, o financiamento máximo era limitado a 70% do valor do imóvel. Com o retorno da cota de 80%, o comprador precisa dispor de uma entrada menor.
Exemplo para um imóvel de R$ 500 mil:
- Regra antiga (70%): entrada de R$ 150 mil
- Regra nova (80%): entrada de R$ 100 mil
O que muda para quem usa o saldo do FGTS?
O Sistema Financeiro da Habitação (SFH), criado para oferecer condições especiais e juros menores, também passou por atualização.
O novo teto de R$ 2,25 milhões amplia o alcance das regras que permitem usar o saldo do FGTS como parte do financiamento.
Agora, imóveis de valor mais alto podem ser adquiridos com juros regulados e benefícios antes restritos a faixas de preço menores.
Como usar o FGTS em financiamentos habitacionais:
- como entrada, reduzindo o valor a ser financiado;
- para amortizar o saldo devedor, diminuindo parcelas ou prazo;
- para pagar parte das prestações, aliviando o orçamento mensal.
Outras dúvidas comuns
O FGTS pode ser usado para financiar qualquer imóvel?
Sim, desde que o valor do imóvel não ultrapasse R$ 2,25 milhões e o financiamento seja feito dentro do SFH.
Quem pode se beneficiar?
As novas condições foram pensadas para famílias de classe média, com renda acima de R$ 12 mil mensais. Os compradores com renda inferior a esse valor continuam contemplados pelo programa Minha Casa, Minha Vida, voltado à habitação popular.
As regras valem para imóveis novos e usados?
Sim. As condições se aplicam tanto para imóveis novos quanto usados, desde que o valor esteja dentro dos limites do SFH.
Preciso ser cliente da Caixa para financiar?
Não. Qualquer pessoa que atenda aos requisitos de renda, comprovação de capacidade de pagamento e documentação pode pedir o financiamento.
Como saber quanto posso financiar?
A Caixa oferece um simulador em sua página na internet que estima o valor do crédito e das parcelas de acordo com a renda familiar e o perfil do comprador.
Que passos devo seguir para pedir o financiamento habitacional?
- Reunir documentos: comprovantes de renda, identidade e declaração de imposto de renda.
- Fazer simulação online no site da Caixa.
- Procurar uma agência com os dados em mãos para negociar o financiamento.
O que muda no uso de recursos da poupança?
Regras atuais:
- 65% dos recursos depositados na poupança são obrigatoriamente destinados ao crédito habitacional;
- 20% são retidos pelo Banco Central, como depósito compulsório;
- 15% permanecem livres para outras operações dos bancos.
Período de transição, de 2025 até janeiro de 2027:
- Percentual de depósitos compulsórios cairão de 20%, para 15%. A diferença, de 5 pontos percentuais, será aplicada no novo modelo.
Depois do período de transição, a partir de janeiro de 2027:
- Fim da obrigação de os bancos destinarem 65% dos depósitos da poupança ao crédito habitacional;
- Depósitos compulsórios no Banco Central serão extintos;
- Até 100% do dinheiro aplicado na poupança poderá ser usado no crédito habitacional.
(Foto: Diogo Moreira / Divulgação Governo de São Paulo)